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quarta-feira, 20 de julho de 2011

Aprender...

Sei que não aprendi que não posso obrigar alguém a me amar, que não posso obrigar alguém a confiar em mim, que não posso me enfiar nas vidas das pessoas...
Eu não aprendi a deixar de amar, não aprendi a chorar menos, não aprendi a deixar de me irritar com pessoas indecisas, não aprendi que para alguns, viver é apenas descer por um escorregador sem mudar nada ao seu redor...
Faltei a todas as aulas onde nos ensinam a deixar que as pessoas procurem por nós com saudades, onde aprendemos a usar o nosso amor próprio...passei raramente nas aulas em que o professor não se importava com quem estivesse lhe ouvindo, mas sim com a qualidade que este som estivesse sendo transmitido. Dormi muito nas aulas onde o professor ensinava-nos ao usar o “foda-se” e como estava sempre sonhando, acabei achando que era pra eu me “foder”, e não que era para não ligar tanto para as situações.
No final de tudo isso, eu queria obrigar a me amarem, obrigar a estarem sempre comigo, a não me abandonarem pelas suas vidas, quis obrigar que a confiança que o tempo levou, voltasse sem que este mesmo a trouxesse...
Fiz tudo ao contrario do que deveria sempre.
Amei demais quando não devia, amei pouco quando deveria amar mais, chorei quando não devia e me faltaram lagrimas quando foi preciso.
Me entreguei a uma relação de corpo e alma, mesmo quando não era a pessoa certa pra isso, não sendo capaz daquilo outro, não podendo isso agora, e nem depois, e nem nunca...
Sempre fui fiel aos meus sentimentos, a minha ânsia pela vida...nunca soube viver pela metade, e tantas vezes me vi sendo menos que isso, e acabei me perdendo, e me encontrando...cobrando mais de mim.
Quantas vezes eu fui o ombro de apoio, quando na verdade eu precisava ser quem apoiava, dei o que eu tinha e não tinha no momento, me fiz forte, me fiz compreensiva, me fiz amiga, me fiz irmã, namorada...quantas vezes enxuguei as lagrimas alheias que corriam com as minhas próprias.
Quando me lembro o tanto de compreensão que já usei, em tão pouco tempo de vida, chego a pensar que já chega, o estoque acabou, o que veio pra ser usado a vida toda, gastei em poucos anos...mas e agora? Tenho um tanto de tempo pra viver ainda, e vou precisar usar isso, nem que seja um pouco, mesmo que não queira mais ser compreensiva...mesmo que compreender tenha trazido tantos danos.
Assumo quantas vezes forem necessárias o quanto sou carente, mimada, dramática e cabeça dura...são características marcantes minhas, mas mesmo assim são poucas pessoas que conseguem ver isso em mim, é tão fácil assumir uma postura contraria, ser forte para o mundo, e fraca para mim, é como ser uma capa dura de um caderno que contem folhas de ceda.
Aprendi com muita dor que preciso curar minha carência, que preciso aprender a me mimar, e controlar meu modo dramático, aprendi que ser cabeça dura nunca vai mudar, que brigo até comigo mesma, e nunca deixarei de brigar com as outras pessoas.
Tenho assistido às aulas de reforço, onde meu professor sempre fala, e principalmente, me dá exemplos da minha própria vida sobre como preciso ser tudo isso pra mim mesma, de como ninguém está imune de estar de repente sozinho, e que aprender a se virar sozinho, a curar suas dores sozinha, é essencial.
Admito que nunca fui uma aluna assídua a esse tipo de aula, sempre achei perca de tempo, sempre acreditei que teria alguém para me dar tudo isso...e na verdade, durante um longo tempo eu tive, e foi durante esse tempo que não precisei dessas aulas, mas quando a vida realmente me mostrou que eu estava errada, e que o peso de ter tudo isso para dar conta sozinha, era grande, vi a necessidade dessas aulas, e cá estou, sendo uma ótima aluna, aprendendo muito como é ser egoísta e viver num mundo de pessoas egoístas.
Eu aprendo a cada aula, a cada vivencia, é que não vou mudar o que sou, que não vou deixar de sentir tudo que sinto, intensamente ou não, que posso chorar e rir ao mesmo tempo, que sempre vou ser esse turbilhão de sentimentos, mas o que mais tenho aprendido é que nunca vou estar sozinha se puder contar comigo mesma, sempre!

Confesso...

Confesso que certa vez escrevi algo sobre ciclos, em como nossas vidas são compostas por ciclos, esses que não dão fim a nada, e sim a possibilidade de um novo começo...

Confesso que hoje mais uma vez vejo e reafirmo isso, reafirmo que nada acontece por  acaso, e se hoje achamos que algo acabou, não é a verdade, algo está dando possibilidade para que continuemos a viver novos desafios, novos amores...
Confesso que se algo parece ter fim, é porque uma coisa nova se inicia, e assim vemos nossa vida ser cheia de ciclos, de mudanças, de fatos que vão e voltam...sim, voltam, pois muita coisa se repete muitas vezes, e não há como mudar...
Confesso que amar se repete, se decepcionar se repete, choramos repetidamente varias vezes durante nossa existência, fazemos tantas coisas repetidamente que é impossível não ver isso como ciclos...
Confesso que nossa vida só tem fim, realmente, quando morremos, caso contrario, enquanto respiramos, enquanto sentirmos...tudo acontecerá repetidas vezes, o que pode acontecer é  mudarmos o cenário, mudarmos as personagens, os tempos...mas tudo sempre acontece novamente...e não podemos fugir disso.
Confesso que quando passamos a enxergar a vida desta maneira, podemos ver o quanto não precisamos colocar um fim em nada, é deixar que o ciclo se complete, e recomece, da maneira que o destino quiser, da maneira que nossos sonhos forem moldando, da maneire como nosso coração deixar...o que realmente importa é sabermos que nada disso é pra sempre, e se um algum dia você não se lembrar de que ja passou por esse fato, PARABÉNS, aprendeu a moldar os seus ciclos com amor, paciência, tolerância e sabedoria.
Confesso que quando tudo parecer como a primeira vez novamente, se sinta a pessoa mais feliz do mundo, pois você aprendeu, finalmente, a viver.